sexta-feira, 18 de março de 2011

O uso dos solos

-O que é solo

O solo é a camada superficial constituída de partículas minerais e orgânicas, distribuídas em horizontes de profundidade variável, resultante da ação conjunta de agentes intempéricos sobre as rochas e a adaptação destas às condições de equilíbrio do meio em que se encontram expostas, geralmente diferentes daquele que condicionou sua gênese apresentando variabilidade espacial. No caso de solos aluviais, essa variabilidade torna-se mais intensa, por serem formados por partículas de diversas gêneses sedimentadas aleatoriamente ao longo da superfície de uma determinada área.

-Qualidade do solo

 A qualidade do solo é definida como a capacidade deste de funcionar dentro do ecossistema para sustentar a produtividade biológica, manter a qualidade ambiental e promover a saúde das plantas e animais (Doran & Parkin, 1994). Outras definições para a qualidade do solo foram descritas: “capacidade de um tipo específico de solo funcionar como ecossistema natural ou manejado para sustentar a produtividade animal e vegetal, manter a qualidade da água e do ar e suportar o crescimento humano (Karlen et al., 1997); “condição do solo relativa aos requerimentos de uma ou mais espécies biológicas e/ou de algum propósito humano (Johnson et al., 1997) “capacidade do solo de sustentar a diversidade biológica, regular o fluxo de água e solutos, degradar, imobilizar e destoxificar compostos orgânicos e inorgânicos e atuar na ciclagem de nutrientes e outros elementos (Seybold et al., 1998).

-O bom uso do solo

Evitar o desmatamento continua sendo a melhor estratégia para minimizar a emissão de gases de efeito estufa (GEE) em regiões como o Estado de Mato Grosso, onde a fronteira agrícola avança sobre o Cerrado. Mas o manejo agrícola e o uso adequado do solo também podem contribuir consideravelmente para um futuro com menos emissões.
As conclusões são de um estudo realizado por pesquisadores brasileiros e norte-americanos que, utilizando um modelo biogeoquímico, fizeram uma estimativa dos impactos das emissões de GEE até 2050 em diferentes cenários de desmatamento e de usos do solo na fronteira agrícola de Mato Grosso.

-Problemas na ocupação dos solos

Uma rocha qualquer, ao sofrer intemperismo, transforma-se em solo, adquire maior
porosidade e, como decorrência, há penetração de ar e água, o que cria condições propícias
para o desenvolvimento de formas vegetais e animais. Estas, por sua vez, passam a fornecer
matéria orgânica à superfície do solo, aumentando cada vez mais sua fertilidade. Assim, o solo
é constituído por rocha intemperizada, ar, água e matéria orgânica, formando um manto de
intemperismo que recobre superficialmente as rochas da crosta terrestre.
A matéria orgânica, fornecida pela fauna e pela flora decompostas, encontra-se
concentrada apenas na camada superior do solo. Essa camada é chamada de horizonte A, o
mais importante para a agricultura, dada a sua fertilidade. Logo abaixo, com espessura variável
de acordo com o clima, responsável pela intensidade e velocidade da decomposição da rocha,
encontramos rocha intemperizada, ar e água, que formam o horizonte B. Em seguida, 
encontramos rocha em processo de decomposição – horizonte C – e, finalmente, a rocha
matriz – horizonte D -, que originou o manto de intemperismo ou o solo que a recobre. Sob as
mesmas condições climáticas, cada tipo de rocha origina um tipo de solo diferente, ligado à sua
constituição mineralógica: do basalto, por exemplo, originou-se a terra roxa; do gnaisse, o solo
de massapê, e assim por diante.
É importante destacar que solos de origem sedimentar, encontrados em bacias
sedimentares e aluvionais, não apresentam horizontes, por se formarem a partir do acúmulo de
sedimentos em uma depressão, e não por ação do intemperismo, mas são extremamente
férteis, por possuírem muita matéria orgânica.
O principal problema ambiental relacionado ao solo é a erosão superficial ou desgaste,
que ocorre em três fases: intemperismo, transporte e sedimentação.
Os fragmentos intemperizados da rocha estão livres para serem transportados pela
água que escorre pela superfície (erosão hídrica) ou pelo vento (erosão eólica). No Brasil, o
escoamento superficial da água é o principal agente erosivo e, sendo o horizonte a o primeiro a
ser desgastado, a erosão acaba com a fertilidade natural do solo.
A intensidade da erosão hídrica está diretamente ligada à velocidade de escoamento
superficial da água: quanto maior a velocidade de escoamento, maior a capacidade da água de
transportar material em suspensão; quanto menor a velocidade, mais intensa a sedimentação.
A velocidade de escoamento depende da declividade do terreno e da densidade da
cobertura vegetal. Em uma floresta a velocidade é baixa, pois a água encontra muitos
obstáculos (raízes, troncos, folhas) à sua frente e, portanto, muita água se infiltra no solo. Em
uma área desmatada, a velocidade de escoamento superficial é alta e a água transporta muito
material em suspensão, o que intensifica a erosão e diminui a quantidade de água que se
infiltra no solo.
Assim, para combater a erosão superficial, há dois caminhos: manter o solo recoberto
por vegetação ou quebrar a velocidade de escoamento utilizando a técnica de cultivo em
curvas de nível, seja seguindo as cotas altimétricas na hora da semeadura, seja plantando em
terraços.
Para a conservação dos solos, deve-se evitar a prática das queimadas, que acabam
com a matéria orgânica do horizonte A. Somente em casos especiais, na agricultura, deve-se
utilizar essa prática para combater pragas ou doenças.
Um problema natural relacionado aos solos de clima tropical, sujeitos a grandes índices
pluviométricos, é a erosão vertical, representada pela lixiviação e pela laterização. A água que
se infiltra no solo escoa através dos poros, como em uma esponja, e vai, literalmente, levando
os sais minerais hidrossolúveis (sódio, potássio, cálcio, etc.), o que retira a fertilidade do solo.
Essa "lavagem" chama-se lixiviação. Paralelamente a esse processo, ocorre a laterização ou
surgimento de uma crosta ferruginosa, a laterita – popularmente chamada de canga no interior
do Brasil - , que em certos casos chega a impedir a penetração das raízes no solo. 

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